A
história da Babilônia remonta os tempos mais antigos da história humana. Foi
ali, na Babilônia, que os homens decidiram construir uma torre com o propósito
de se tornarem famosos (Gn 11.4). Eles só não concluíram a torre porque Deus
agiu e, confundindo-lhes a língua, dispersou-os por toda a terra. Mas nem todas
as pessoas se mudaram da Babilônia. Durante anos, décadas e séculos a cidade da
Babilônia permaneceu ativa na Mesopotâmia, influenciando e sendo influenciada
pelas culturas e religiões dos povos à sua volta. Babilônia, como o próprio
nome indica, tornou-se o “portão dos deuses”: um lugar aberto a tudo e a todos,
onde proliferavam os mais diversos cultos, religiões, idolatrias, práticas de
adivinhação, e também festas, bebedices, imoralidades e comércios de todo tipo.
No ano de 586 a.C., o Reino de Judá foi derrotado e conquistado pela
Babilônia. Com o propósito de enfraquecer a identidade dos povos conquistados,
os babilônios arrancavam as pessoas de sua terra natal e as enviavam para o
exílio, espalhando-as e misturando-as com outros povos. Era uma estratégia de
guerra e conquista que tinha a intenção de fazer com que os povos conquistados
não mais levantassem a bandeira de sua terra natal, de seus costumes, de sua
religião e de seus princípios, mas antes fossem engolidos e assimilados por
outros povos, culturas e religiões. Foi isso que os babilônios tentaram fazer
com os judeus ao arrancarem-nos da Palestina e de Jerusalém. A intenção era
fazer com que os judeus assimilassem e fossem assimilados pela cultura babilônica.
O tempo passou (aproximadamente 70 anos, contados a partir da queda de
Jerusalém) e o império babilônico se desfez. Diversos problemas internos e
revoltas externas catapultaram a dissolução do império. Internamente, havia
disputas de poder; e, externamente, os povos decidiram que não mais se
deixariam assimilar pela cultura babilônica. Eles não queriam se perder naquela
cultura, antes, preferiam manter a própria identidade cultural e religiosa. O
povo Judeu era um desses tantos grupos que decidiu se opor à assimilação e
manter a própria identidade.
Com a queda do império babilônico e da sua malfadada tentativa de
descaracterizar os povos, a Pérsia assumiu o cenário internacional. Ao invés de
tentarem destruir a identidade dos povos com o propósito de enfraquecê-los e
conquistá-los, os persas decidiram resgatar a identidade dos povos a fim de
fortalecê-los e tê-los como aliados. Por essa razão, Ciro escreveu um decreto
permitindo e encorajando a volta de todos os judeus para a Palestina. Ele
inclusive patrocinou a reconstrução do templo em Jerusalém, pedindo aos judeus
que orassem por ele. Não que Ciro tivesse se convertido ao Deus do Céu. Ele não
pensava religiosamente, mas sim politicamente. Ele queria ter aliados políticos
a fim de manter o seu império. Enquanto Ciro pensava a partir da perspectiva
política, o povo Judeu pensava a partir da perspectiva divina. Para eles, não
importava se Ciro queria alcançar favores políticos, mas, sim, que Deus o
estava usando para que o Templo fosse reconstruído, o fogo do altar fosse
reaceso, a adoração fosse restaurada e o povo judeu pudesse reafirmar a sua
identidade como povo de Deus. Portanto, ao invés de levantarem a voz contra
Ciro, eles decidiram agradecer e adorar a Deus pela porta que havia sido
aberta.
A igreja evangélica brasileira passa por um momento parecido. Se antes,
havia uma tentativa de desacreditar e descaracterizar a igreja evangélica por
meio de caricaturizações, hoje existe uma tentativa de aproximação dos
evangélicos. A Rede Globo, por exemplo, que é uma empresa de comunicação
plenamente comercial, tem se aproximado dos evangélicos. Ela faz isso não
porque tenha se convertido a Jesus, mas, sim, porque reconheceu que os
evangélicos se tornaram numerosos no país, e, consequentemente, uma força consumidora.
Portanto, ao invés de manter uma ofensiva contra os evangélicos, a Rede Globo
decidiu encorajar e patrocinar cultos com o propósito de conseguir ganhos de
audiência. Enquanto a Rede Globo pensa a partir da perspectiva comercial, a
igreja evangélica precisa pensar a partir da perspectiva divina. Se Deus usou
Ciro para que o culto no Templo de Jerusalém fosse restabelecido, será que Ele
não teria poder para usar a Rede Globo para que a mensagem do evangelho seja
proclamada, o nome de Jesus seja levantado e a identidade da igreja seja
reafirmada? Ainda que muitos possam duvidar, Deus continua tendo todo o poder!
Portanto, ao invés de levantarmos a voz contra Ciro, que tal agradecermos e
adorarmos ao Senhor por essa porta que foi aberta!?
Gustavo
Bessa
Fonte:
WWW.diantedotrono.com/blogdaana/a-rede-globo-a-babilonia-e-a-persia/
0 comentários:
Postar um comentário